Estudo aponta que Pilates é eficaz para controlar dores crônicas e diminuir a cinesiofobia, que é o medo de sentir dor.

Quem sofre de dores crônicas costuma desenvolver cinesiofobia, ou seja, tem medo de sentir dor. Segundo a fisioterapeuta Walkíria Brunetti, a pessoa passa a evitar movimentos e posturas que, de acordo com a sua percepção, podem agravar o quadro.

“Para se proteger, esses pacientes acabam passando mais tempo deitados ou sentados. A maioria, inclusive, considera que esportes e atividades físicas são contraindicados”, comenta Walkíria, que é especialista em dor crônica e saúde postural, em depoimento publicado no Estado de Minas.

No entanto, ao contrário dessa crença, o sedentarismo e a inatividade física agravam a dor. A falta de movimento causa encurtamentos e contrações musculares, bem como deixa as articulações mais rígidas e diminui a flexibilidade.

“É o que chamamos de ciclo vicioso da dor: o paciente sente dor e não se movimenta, e a falta de movimento piora a dor”, observa Walkíria.

Pilates: opção de atividade física contra dores crônicas

A atividade física, por outro lado, pode ser um recurso adicional no tratamento do problema. De acordo com um estudo de 2018 feito com pacientes de dor lombar e publicado no periódico Clinical Rehabilitation, o Pilates é eficaz para controlar dores crônicas.

Além disso, afirmam os pesquisadores, o método melhora a incapacidade física e diminui a cinesiofobia. De acordo com Walkíria, as aulas só não podem acontecer em períodos críticos de dor.

“O ideal [nesses casos] é usar outros recursos, como fisioterapia e medicamentos, para melhorar o quadro doloroso. A partir da melhora, podemos introduzir os exercícios. Um dos aspectos positivos do Pilates é a possibilidade de individualizar os movimentos, respeitando as limitações físicas de cada paciente”, diz a fisioterapeuta.

O método, ela complementa, ainda trabalha vários grupos musculares – principalmente aqueles que sustentam e dão estabilidade para a coluna, chamados de core ou powerhouse –, assim como aumenta a flexibilidade e a amplitude de movimento. Ademais, o relaxamento induzido pela respiração profunda libera a tensão nos músculos, o que ajuda a aliviar a dor.

“Pilates é uma ótima escolha [de atividade física], desde que bem orientado e individualizado, de acordo com o perfil e as necessidades de cada paciente”, reforça Walkíria.

Benefícios para a saúde física e mental

Entre outros inúmeros benefícios do Pilates, um deles é particularmente positivo para aqueles que têm dores crônicas: a melhora da postura.

“Quem sofre de dores crônicas pode adotar posições inadequadas para aliviar a dor. Isso pode virar um vício postural e, nesse sentido, o Pilates ajuda bastante”, explica Walkíria.

A fisioterapeuta também destaca vantagens para a saúde mental, sobretudo a melhora dos sintomas da depressão, o alívio do estresse e a redução da ansiedade. Isso é importante porque estudos mostram que de 22% a 78% das pessoas com dores crônicas podem desenvolver um transtorno depressivo ou ansioso.

Walkíria lembra que não só o Pilates, como também outras atividades físicas liberam endorfina, neurotransmissor produzido pelo sistema nervoso central e liberado em resposta a estímulos como os exercícios.

“A endorfina tem efeito direto na redução da dor e do estresse. Além disso, promove a sensação de bem-estar, regula o humor e melhora o sono”, ressalta a especialista.

Crédito, para que te quero

Este artigo foi escrito pela nossa equipe de redação, sob a supervisão do fisioterapeuta André Guzmán.

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