Por trabalhar tanto o equilíbrio quanto o fortalecimento muscular, o Pilates é um dos métodos de condicionamento físico mais eficazes na prevenção de quedas em idosos
Atividades aparentemente simples, como subir no meio-fio ou descer as escadas, podem ser complicadas – bem como perigosas – para idosos. Cair é uma das principais preocupações na terceira idade, e motivos para isso, de fato, não faltam.
O risco de morrer após uma queda dobrou entre os maiores de 75 anos, nos Estados Unidos, desde 2000. A conclusão é de um estudo publicado no periódico científico Journal of the American Medical Association (Jama). O médico Klaas Hartholt, do grupo hospitalar holandês Reinier de Graaf, conduziu a pesquisa, que foi divulgada no início de junho e confirma tendência observada na Europa.
Segundo a agência de notícias AFP (via Yahoo News), o número de mortes causadas por quedas entre maiores de 75 anos, nos Estados Unidos, quase triplicou nos últimos anos. Enquanto em 2000 foram registrados 8.613 óbitos, em 2016 foram 25.189.
“Aproximadamente uma em cada três pessoas com 65 anos ou mais cai todos os anos. Cair é um evento potencialmente catastrófico e fatal para os idosos”, alerta editorial do Jama.
O texto foi escrito pelo médico Marco Pahor, diretor do Instituto do Envelhecimento da Universidade da Flórida.
Quedas de idosos são de alto risco
Em entrevista à Gazeta Esportiva, a educadora física Letícia Marchetto explica que alguns dos principais efeitos do envelhecimento são a perda da musculatura e do tempo de resposta neurológico.
“Quando um idoso cai na rua, não é porque está em desequilíbrio postural, e sim porque não foi capaz de fazer o cálculo rápido de onde deveria pisar”, ressalta.
Segundo Letícia, as quedas, nessa faixa etária, são de alto risco, pois podem levar a consequências mais graves, como fraturas e lesões. Ainda de acordo com a educadora física, entre as regiões mais comumente fraturadas estão quadril, punho e coluna.
As fraturas, aliás, tendem a representar o início de um ciclo vicioso para os idosos, observa a reportagem da AFP. Hospitalização, independência reduzida e necessidade de reabilitação física, por exemplo, podem provocar efeitos negativos duradouros sobre a saúde mental.
“As quedas representam uma epidemia cada vez mais significativa entre idosos”, atesta Marco Pahor à agência de notícias.
Como evitar?
Outro estudo publicado no Jama mostra que a atividade física desempenha um papel importante na redução da queda. A fisioterapeuta Teresa Liu-Ambrose, da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, liderou um programa que envolveu exercícios de equilíbrio e fortalecimento muscular para joelhos, quadris e tornozelos. Participaram do experimento 300 septuagenários.
Como resultado, o programa “reduziu significativamente a taxa de quedas subsequentes” entre os que realizaram os exercícios, em comparação com o grupo-controle.
O fisioterapeuta André Guzmán explica que o Pilates é um método de condicionamento físico que trabalha tanto o equilíbrio quanto o fortalecimento muscular, sendo um dos mais eficazes na prevenção de quedas em idosos.
As atividades propostas envolvem não só o corpo, como também a mente. É a chamada saúde integral, que engloba exercícios físicos, respiração, socialização, alimentação saudável, higiene e sono de qualidade.
“Assim, a prática de Pilates por pessoas da terceira idade proporciona melhora cognitiva, da flexibilidade e da força muscular”, afirma o fisioterapeuta.
Guzmán acrescenta que o método ainda fortalece a musculatura do assoalho pélvico e do abdome. Além disso, desenvolve os músculos de sustentação da coluna vertebral.
“Tudo isso ajuda a diminuir as dores crônicas e melhora o sono e a concentração. Da mesma forma, previne os problemas do sistema genitourinário e as quedas, que são um dos grandes ‘fantasmas’ da terceira idade”, avalia.
Crédito, para que te quero
Este artigo foi escrito pela nossa equipe de redação, sob a supervisão do fisioterapeuta André Guzmán. Além das fontes citadas no texto, também consultamos outras matérias dos sites Yahoo News, Jama e Gazeta Esportiva.